domingo, 19 de fevereiro de 2012

3x4

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Ele então andou bastante, sorriu, cansou, mas sentiu-se feliz de mãos dadas ao seu lado... Depois de tudo, abraçou-a e silenciosamente agradeceu à vida por tudo àquilo, por tudo ao seu redor, por ele mesmo, por ela, por eles...

Então voltou, desceu, entrou, e antes de dormir, de recolher-se ao seu cantinho de sempre, ele beijou-a, sorriu, agradeceu, festejou, ele tinha tudo e o dia seguinte seria previsível, e principalmente: Feliz! Como todos os anos desde a primeira vez, ele sabia disso, esperava isso, assim seria, sim!!! Então, dormiu, sorrindo talvez, eufórico com certeza, nada poderia ser tão bom; estava encantado.

No dia seguinte, como ele desconfiara, a manhã então lhe sorriu e o vento frio de sempre o abraçou, Ah!!! Mas ela também o abraçou, e sorriu!!! Como sempre, óbvio... Sim,  a vida era boa, o mundo era bom, e ele sabia disso, ele teria o sol, as ruas, as pessoas, o clima festivo e os sorrisos mais sinceros à sua disposição, nada o abalaria e ele estaria radiante pois o mundo estaria sob seus pés, ele era feliz sim, mas... Infelizmente não sabia o quanto...

O mesmo cenário, os mesmos ruídos, as mesmas pessoas, a mesma sequencia, ela mesma, sim, ela mesma estava ali e lhe sorria convidando-o a viver!!! A ser feliz ao seu lado; ele tinha certeza disso, de tudo o que ela queria e desejava, só não sabia que muito em breve estaria acordado, que o sonho acabaria e que um pesadelo o abateria implacavelmente...

E enfim, como não poderia ser diferente, tudo se foi; ela, ele, os sonhos, sorrisos, desejos. A vida se foi... Tudo lhe foi tirado, e desde então se foram as esperanças, as pessoas, as manhãs, quaisquer motivos pra ser feliz; e triste como sua própria vida, tornou-se sua história pra todo sempre, amém.

A vida é boa amigo, as pessoas nem tanto... Nós? Somos, ou nos tornamos o que invariavelmente nossas vontades nos impõem; e estas, as vontades, nem sempre se confundem com o que realmente desejamos, pretendemos, sonhamos, por que muitas vezes elas se apresentam e se adequam à conveniências que o tempo se encarrega de mostrar vazias, fugazes; mas quase sempre e inevitavelmente, tarde demais. 

E por falar neles, os sonhos, que eles não cessem, nunca cessem, ou mesmo se desvencilhem da dura realidade que se impõe cotidianamente à todos nós; ainda que a amargura e a frustração de um pesadelo lhes imponham vez ou outra, dura pisada. Sonhos, como viver sem eles? Aliás, como não sofrer perseguindo-os??? Sabe lá...

Ele acordou triste, em transe, sem palavras, descrente de tudo e dele próprio; sem rumo.


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