21 de Janeiro

Semanas atrás, casualmente me aproximei na praia de um casal não muito jovem (na faixa dos 40) que  brincava com o filho na água(ele tinha uns 4 anos); e  aí duas coisas  me chamaram a atenção: A simplicidade deles, visivelmente muito humildes;  e  o carinho com que lidavam com a criança; uma cena linda e coroada instantes depois  com a visão do garoto comendo uma maçã sentado na areia, sem dar qualquer importância ao sorveteiro que desesperadamente tentava lhe impressionar, sem obter qualquer êxito, claro...Rsrsrs.

Vendo àquela família sentada na areia ao lado da bicicleta  velhinha que os conduziria pra casa, e observando  carinhosamente e em silêncio o menininho comer a maçã sem tirar os olhos do mar, entendi o sentido da palavra FELICIDADE, enxerguei à minha frente o exemplo claro de que pra ser feliz não basta  possuir, dispor, TER;  é preciso antes de tudo dividir, compartilhar, SER;  e eles eram:  Humildes, carinhosos, simples  harmoniosos, inigualáveis, invejáveis.

Caminhei de volta cabisbaixo, envergonhado de mim mesmo,  pensando no tempo que perdi, e no quanto me esforcei pra fazer feliz  ao lado de quem nunca me amou sem enxergar  o  óbvio, o fato de que  nada que eu pudesse ter, fazer, sonhar ou realizar; poderia nem de longe fazer feliz quem não me amava de verdade,  não me respeitava, e portanto jamais poderia viver ao meu lado;  porque simplesmente me desprazava, enganava, e sorrateiramente me traía.

Eu só queria SER feliz, nada mais que isso, quem me conhece de verdade sabe do que falo. Mas... Não deu, nunca deu;  e acho que não vai dar mais.  Hoje, as esperanças se foram quase todas.

Jamais fui ou serei o único, talvez mais um, nunca o definitivo, é a vida e assim são as coisas.  paciência.

Hoje é sexta feira e continuo sozinho.