domingo, 25 de abril de 2010

TANGHETTO

domingo, 25 de abril de 2010


Madrugada de sábado, acabei de chegar do show do Tanghetto no teatro da UFPE; os Argentinos da banda dão uma roupagem eletrônica ao tango, com muitos samplers, projeções bem legais, e além do repertório autoral fazem alguns covers, hj por exemplo rolou sting e blue monday do New Order, enfim, algo digno de ser visto e ouvido.

Mas... O motivo deste post foi registrar minha consternação frente à duas situações, a primeira diz respeito ao público presente, metade do teatro tava vazio... Algo que me deixa profundamente entristecido, meio que desesperado , e que fez sair do teatro com ar de perdedor, com a sensação de que nunca mais verei o grupo por aqui, já que certamente alguém levou prejuízo, eles ou quem os trouxe...Falta de mídia? Falha da produção? Assesoria? Acho que tudo junto.

Prova dessa falta de comunicação, foi a nota que o blog Social segunda passada , dizendo que o show seria do BAJOFONDO, que faz um som parecido ao do TANGHETO, salientando inclusive que uma das músicas era sucesso de uma novela Global, algo como um salvo-conduto, uma menção honrosa que atestasse o talento do grupo; ao passo que o mesmo blog ao perceber o erro, não se deu sequer ao trabalho de corrigir o equívoco, limitando-se a postar no dia do show a notícia corrigida, como se nada tivesse acontecido.

Entretanto, abro agora minha caixa de emails e me deparo com um panfleyo virtual dando conta de que o show de uma "banda" de forró que gravará um DVD fantástico, óbvio com letras bem legais e ritmos nunca antes ouvidos por aqui, simplesmente já esgotou todos os ingressos colocados à venda, e olha que o show será Junho ou Julho... E aí pergunto, tem alguma coisa errada acontecendo? Ou é assim mermo que a banda toca?

Sou profissional de comunicação e não deveria estar discutindo o tema, sei como a coisa funciona mas minha indignação vem da constatação de que cada vez mais estamos sendo bombardeados pela mesma contra-cultura, e pela indútria da mediocridade aqui instalada que prospera e se profissionaliza à passos largos; fazendo com que espaços criados para grandes ou pequenos espetáculos de qualidade, se rendam ao lixo cearense, pernambucano e Bahiano, em nome do lucro e da renda fácil.

Ver um lugar legal, charmoso e com estilo londrino, por isso batizado de THE PUB ; botar no palco um sujeito chamado Geraldinho Lins; ou uma casa super bacana chamada AUDREY(sim, alusão à HEPBURN) abrir espaço pra um grupo de pagode na noite da sexta, e só pra fechar, o restaurante FRIDA, um dos lugares mais interessantes e bem decorados no estilo mexicano que há nessa cidade, fazer festas com patusco,e d`breck, sinceramente me deixam convicto de que essa cidade não é séria, e de que definitivamente não há espaços pra tudo(ecletismo), mas de que espaços dispostos à tudo, inclusive a tornarem-se desde a concepção, mais do mesmo.

2 comentários:

Anônimo

É fato! Recife não é uma cidade eclética!

Nem a maioria das pessoas tem este tipo de cultura, nem os lugares critérios, nem a valorização da arte ou daquilo que deva ser realmente visto. Tsc-tsc!

É uma pena, mesmo.

Camila

Poxa, queria ter ido assistir a banda. Um colega me mostrou sobre essa mistura de tango e música eletrônica e eu adorei. Pena que tive prova no dia seguinte! Quando ao domínio do forró, pense que pelo menos eles vieram aqui, a maioria dos contratantes nem se atreve a trazer bandas diferentes ficando mais confinados ao eixo Rio-São Paulo.

 
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