segunda-feira, 1 de junho de 2009

Adriano

segunda-feira, 1 de junho de 2009
Ontem pela manhã, tive o desprazer de ligar a tv na Globo e me deparar com mais uma emocionante matéria "levanta defunto", patrocinada em comum acordo com a produção do jornalismo da emissora e assessoria de imprensa de mais mau cárater outrora atleta, o tal "imperador" Adriano.
Quanto mais o tempo passa, mas me sinto indignado com a dissimulação, a cara de pau e o provincianismo da Tv Globo; que teima em considerar o Brasil inteiro como um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro. Não fossem as matérias especiais sobre Ronaldo Nazário, as matérias fantásticas ilustradas por sequencias de imagens captadas por várias camêras posicionadas de modo a documentar suas arrancadas, gols, suspiros, e cuspidas, numa brilhante e bem sucedida tentativa de desviar a atenção dos seus namoror com travestis , noitadas e obesidade relaxada , agora Adriano.

Não acredito que a Globo desconsidere o fato de que seu sinal abrange todo territorio nacional, prefiro acreditar que estas matérias emocionantes, com as imagens do bairro onde o sujeito nasceu, da tia, avó, da casinha de onde ele saiu, e do choro de hipopótamo do canalha da vez, agora Adriano, são meticulosamante planejadas com o deliberado objetivo de atender aos anseios e interesses excusos de favelados e semi-analfabetos como Adriano e Ronaldo; detentores de milhões de dólares em suas contas bancárias patrocinados pelo futebol.

Enquanto a comunicação de massa em nosso país, continuar atendendo aos interesses de algumas familias privilegiadas como a dos Marinho, e não dispormos de um política pública de concessão de canais de rádio e tv, que atendam às demandas locais e culturais do nosso país e da nossa gente, continuaremos por muitos e muitos anos assistindo debates infindáveis em rede nacional sobre o falido, medíocre, e marginal futebol carioca; e a ouvir o locutor global dizer: Faltam apenas tantos jogos para o Vasco voltar a elite" num frontal desrespeito ao amor próprio e ao orgulho das torcidas rivais sintonizadas via satélite na emissora do Rio.

E eu, que por um momento cheguei a acreditar que os relatos dramáticos de Ronaldo lamentando-se pelo fim do casamento, ou por haver confundido um viado suburbano com uma ninfeta de programa teriam sido o ápice do sensacionalismo às avessas da Globo; agora, me surpreendo com o início de mais uma série dramática: A busca pela alegria perdida. Protagonizada por mais um favelado-Obeso-Decadente; o cara que entristecido por jogar e virar ídolo nacional na Itália, renunciou a tudo em nome da alegria de estar entre os seus num morro fétido do Rio de Janeiro.

Ser pobre na maioria das vezes não é escolha; mas ser miserável é opção de vida. Ter nascido entre fezes não é demérito, tampouco prova de abnegação ou mesmo pré-requisto para atingir o estrelato e olhar pra trás com orgulho; mas atirar-se sobre a lama e jogá-la ao alto esperando que todos da festa participem, é no mínimo subjulgar a racionalidade e o senso crítico alheios. Que venha o sinal digital, e que ela nos possibilite uma mudança radical na forma de produzir e difundir conteúdo via rádio e tv.

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